A importação excessiva de leite motivou a criação de um Grupo de Trabalho dedicado a buscar soluções para a crise que afeta o setor. O GT é formado por membros da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL), representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sindicatos Rurais e a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite).
Nesta semana, o Grupo teve audiência nos Ministérios da Agricultura (MAPA) e do Desenvolvimento Agrário (MDA). O deputado Pezenti, Secretário Geral da FPPL, participou ativamente das reuniões e apelou por uma ação imediata do governo sob risco de a crise se tornar insustentável para milhares de pequenos produtores.
“Não dá mais para esperar. Essa á uma preocupação social. Produtores estão abandonando a atividade e buscando o Bolsa Família para sobreviver. São 4 milhões de empregos que estão em jogo em todo o país. Só em Santa Catarina a produção de leite envolve cerca de 70 mil famílias e representa o terceiro maior faturamento da agropecuária catarinense. Precisamos de uma ação imediata do governo”, suplicou Pezenti.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em maio de 2023, as importações de leite triplicaram, saindo de um patamar histórico de 3% para 10% do consumo do produto no Brasil. Por isso, será necessária a adoção de medidas emergenciais em relação à atual importação desenfreada do leite em pó.
A preocupação do Grupo é justificada de acordo com os dados recentes de importação de leite em pó da COMEXSAT – um sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro. De janeiro a abril deste ano, já foram importadas 83,5 mil toneladas, representando um aumento de 182% em relação a 2022. Além disso, a tendência para maio de 2023 é de 27 mil toneladas, ou seja, o maior valor já registrado nos últimos 10 anos.
O governo se comprometeu em analisar com atenção a situação para tomar providências. Uma nova reunião deve ser agendada para os próximos dias onde poderão ser apresentadas medidas para socorrer a cadeia produtiva.
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